Viajando por aí






Este blog é um pretenso diário fotográfico do dia-a-dia que vou registrando em imagens ou comentários sem muitos aprofundamentos... A vida passa e com ela deixamos alguns registros, bons ou ruins, é como um álbum em que as impressões são gravadas para um posterior balanço das nossas andanças por essa vida efemera.

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Gaúcho às voltas com passeios, viagens, leitor de blogs de política e literatura.

sábado, 15 de junho de 2013

Sobre solidão e velhice...

Há dois dias atrás estava saindo do prédio, por volta das 15:30 hrs. e me deparo com um aglomerado de pessoas . Meu prédio tem portão pela rua principal totalmente gradeado, como quase todos os prédios em Porto Alegre, e um caminho lateral até a sua entrada . Esta parte está em obras, com impermeabilização e substituição de piso. As pessoas, ao me verem, indagam se sou morador e se conheço uma senhora idosa com a face machucada, a boca sangrando e um olho vermelho e inchado. Sim, somos moradores do mesmo edifício. E a constatação do que havia ocorrido: a senhora idosa, em seus 85 anos, havia caído, quebrado três dentes, machucado a face e um dos olhos. Levei-a ao seu apartamento, não tendo mais ninguém que a conhecesse para ajudar em primeiros socorros.  Em seu apartamento, chamei o serviço médico de emergência com o qual ela tem convênio e localizei uma familiar para vir ajudá-la. Uma outra moradora do prédio também veio e ficou com ela até ser medicada.
A partir daí, algumas constatações acerca de viver, envelhecer e termos vizinhos que não conhecemos: somos todos sós; podemos estar cercados por pessoas o tempo todo, ou viver rotineiramente a mesma coisa dia após dia sem ninguém em volta. De repente, out of the blue, nos vimos numa situação de emergência, sem ninguém em volta, sem nem um amigo, familiar, nada... Tudo o que temos é a boa vontade ou solidariedade de algum desconhecido, um vizinho com que mal trocamos um bom-dia, ou a ajuda despretensiosa de um anônimo. Ou, pior, pode ser a indiferença, um "eu não posso, estou atrasado, tenho um compromisso".
É o acaso que joga com nossas vidas.  Um dia ajudamos alguém; em outros, ignoramos tudo à nossa volta . Amanhã podemos estar na mesma situação e depender do destino: podemos dizer sim ou não para o que nos acontece e deixar que os outros também digam o mesmo para o nosso acaso existencial.